Juíza catarinense sugeriu que uma criança de 11 anos, vítima de estupro, desistisse de um aborto, mesmo a menor sendo amparada pela Lei.
As deputadas federais Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Chris Tonietto (PL-RJ) discutiram após a parlamentar carioca, que é aliada do presidente Jair Bolsonaro, propôr uma Moção de Aplausos e Reconhecimento à juíza Joana Ribeiro Zimmer, que em meados de junho ganhou destaque negativo ao sugerir que uma criança de 11 anos, vítima de estupro, desistisse de um aborto, mesmo a menor sendo amparada pela Lei.
A deputada do PL propôs a homenagem à juíza "pela corajosa e exemplar defesa do direito à vida desde a concepção". Sem concordar com a Moção, a parlamentar Sâmia Bonfim questionou a colega, afirmando ser um absurdo a proposição.
"A senhora é conivente. Não vou respeitar uma mulher que assina embaixo do genocida do presidente da República".
Em sua defesa, Sâmia lamentou que a proposição tenha sido feita mesmo com a colega sabendo que a criança estava amparada pela Lei. "Mas aqui a deputada, pasmem, ela está propondo homenagear a juíza responsável por colocar essa menina num abrigo para que ela não pudesse ter acesso ao hospital, acesso à lei que lhe dar o direito de interromper a gestação.É uma juíza que por conta de sua ação, inclusive fez essa gestação durar mais semanas do que poderia, do que deveria porque a interrupção teria sido feita ainda em mais segurança...se não tivesse demorado tanto por conta das violências, das violações, das humilhações e da tortura que essa juíza impôs a essa menina. Estamos falando de pessoas perversas que querem humilhar as crianças, humilhar as mulheres, que querem levar adiante essa tortura, e a deputada está propondo homenageá-la. Deputada, a senhora não tem vergonha na sua cara, não? Por que a senhora não utiliza do seu papel como legisladora para proteger as crianças brasileiras?É inadmissível que um projeto desse vá adiante".
A moção de aplausos e a homenagem foi derrubada e não foi aprovada.
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