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Info Serrinha e Região

Artigo: Sobre o petróleo brasileiro e os minerais baianos

Confira esse importante texto.


A América Latina e o Caribe sempre foram alvo da cobiça da comunidade internacional e, historicamente, isso se traduziu em violência e barbaridades. O ouro, com o qual a cobiça se materializou nos primórdios da colonização, é o metal que brilha falsamante ao longo da história da América Latina e do Caribe.


Os séculos passaram e o ouro deixou de ser o único objeto de desejo e cobiça das nações colonizadoras. O desejo pelas riquezas minerais foi expandido e o subsolo parece ser o debate mais caloroso nas mesas do poder, longe dos holofotes. O petróleo, essa fonte não-renovável de energia que abunda pela costa da América Latina e do Caribe, ameaça o presente e como é mais fácil extraí-lo do que investir em energia renovável, a comunidade internacional levanta-se como a velha matrona que deseja sedentamente beber do licor negro.


No entanto, nem só de líquido a mente internacional precisa. Os minerais são outra fonte de desejo, seja pela raridade, seja pela abundância. Recentemente, a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral divulgou a notícia de que o estado da Bahia possui uma extensa área de recursos minerais inexplorados, além de toda a grande extensão de mineração atual. Um brilho no olho daqueles que desejam o bem material sem considerar as implicações objetivas e subjetivas cruzou os oceanos e as pequenas distâncias dentro do Brasil.


Aliado ao destaque das novas reservas de petróleo descobertas na costa brasileira, e não apenas nela, o anúncio da possível nova província mineral reacende debates sobre o crescimento econômico que essas explorações podem promover. A pergunta que fica, e ainda irrespondível, não é o quanto de crescimento econômico isso pode trazer, mas o quão alto será o preço pago pelas populações, direta e indiretamente afetadas.


É preciso lembrar que as demais nações podem querer e provocar guerras em busca do que é nosso, latino, brasileiro, baiano. Mas somos nós, em primeira e última instância, que devemos ditar a marcha do quão rápido queremos esse crescimento econômico oferecido e a que preço.


Não sem motivos, vale lembrar as palavras do escritor e Nobel de literatura Gabriel García Márquez que denunciou as mazelas sofridas pela região ao longo dos séculos:


*“A América Latina não quer nem tem por que ser um peão sem vontade, nem tem nada de quimérico que seus desígnios de independência e originalidade se convertam em uma aspiração ocidental.”


*Citação retirada do discurso A Solidão da América Latina.


Rafael Rodrigo Ferreira de Lima é Especialista em Gestão da Qualidade


O artigo acima é pessoal e não reflete, necessariamente, a opinião do site.

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